Ecos do passado: Da ancestralidade ao poder da comunicação
No vasto universo das interações humanas, em um mundo cada vez mais conectado, nos deparamos com a necessidade incontestável de nos comunicarmos eficazmente. Como Filósofo, me questiono sobre a natureza do verbo, a essência das palavras e o impacto que estas têm na alma humana. Como Professor de Comunicação e Oratória, com muita frequência testemunho a angústia de muitos ao tentar transmitir seus pensamentos e sentimentos. E como Terapeuta Flora e facilitador em Constelação Sistêmica Familiar, percebo que muitos desses bloqueios comunicativos têm suas raízes entrelaçadas nas histórias de nossos antepassados, e isso puder constatar em várias das Mentorias em Comunicação que tive a oportunidade de realizar.
Constelação Familiar se apresenta como uma janela que nos permite olhar para a nossa história, para os emaranhados e padrões que nos influenciam silenciosamente. Ao revelar o invisível, ela nos permite refletir, honrar e ressignificar aquilo que deliberadamente carregamos.
E o que isso tem a ver com a comunicação?
TUDO!
Antes de transmitir uma mensagem ao mundo ou a uma plateia qualquer, comunicamo-nos internamente, os diálogos que mantemos conosco são ecos de vozes ancestrais que por vezes nem reconhecemos como nossas, se nosso antepassado foi silenciado, podemos carregar o peso desse silêncio, se houve traições, podemos sentir medo de nos expor e sermos vulneráveis, se houve excluídos em nosso sistema, podemos sentir que não temos um lugar ou voz no mundo.
A Constelação Familiar Sistêmica, ao trazer luz a essas dinâmicas, permite uma transformação profunda num processo terapêutico, e assim, o indivíduo começa a compreender sua posição no sistema familiar e, consequentemente, no mundo, aprende a honrar sua história e, ao mesmo tempo, libertar-se de amarras que não lhe pertencem.
Dentro da sala de aula, percebe-se a diferença entre aquele que fala a partir de seu verdadeiro eu e aquele que ainda ecoa as vozes de gerações passadas.
A oratória autêntica não se limita à técnica, que tem a sua importância, mas, vai muito além dela; brota do coração, da alma, de um lugar de circunstâncias.
Ao trilhar o caminho da cura sistêmica, descobrimos nossa voz única, nossa maneira autêntica de manifestar e, acima de tudo, a coragem de sermos visíveis, escutados, percebidos. E é nesse espaço sagrado, em que a filosofia, a ancestralidade e a comunicação se entrelaçam, que realmente florescemos como oradores, contadores de histórias e, acima de tudo, como seres humanos conectados em sua essência.
A Constelação Familiar Sistêmica como ferramenta terapêutica – é um portal para a verdadeira comunicação, uma ponte entre o silêncio dos nossos antepassados e a música da nossa própria alma. E ao atravessarmos essa ponte, encontramos, no final, a nós mesmos e ao outro, em uma dança eterna de palavras, silêncios e compreensões.